Depoimentos

Nos anos que antecederam a fundação do PROAHSA existiam somente dois cursos de administração hospitalar: o mais antigo, e pioneiro na América Latina, era da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP/USP), conduzido pelo Prof. Odair Pedroso; o segundo era um curso realizado pela Sociedade São Camilo, mais orientado à formação de pessoal de nível técnico.   

Nesta ocasião, nós que estávamos na direção do ICHC, juntamente com o superintendente do HCFMUSP, Oscar Cesar Leite, chegamos à conclusão que o curso da FSP/USP, no qual nos dois tínhamos sido formados, não preparava administradores com formação empresarial. Assim fomos, primeiramente, a FEA/USP para tentar uma associação com o HC para criação de um curso de especialização em administração hospitalar. Com a falta de receptividade decidimos tentar um acordo com a Escola de Administração de Empresas da FGV. Por sorte a EAESP/FGV era dirigida por uma excelente pessoa, Prof. Carlos Malferrari, que concordou com a proposta, e mais tarde viria a ser o subdiretor do novo programa. 

O êxito da iniciativa foi tal que chamou a atenção da Fundação W.K.Kellogg para as características inéditas deste projeto de união entre um grande hospital universitário público e uma Escola de Administração de Empresas. Esta Fundação tinha uma enorme tradição de apoiar serviços de saúde na América Latina. Assim fizemos um projeto de solicitação de recursos de apoio e o PROAHSA, através da FGV, recebeu um milhão de dólares americanos com o objetivo de reciclar professores da EAESP nos EUA nas áreas de economia da saúde, finanças, produção da saúde, marketing etc. até então disciplinas desconhecidas no Brasil; como também, a vinda de docentes daquele país e de outros (Argentina) para ajudar a criação de um novo currículo para formação de administradores hospitalares e de sistemas de saúde. Muitos destes docentes estrangeiros continuam amigos e apoiando ex-alunos do PROAHSA. Uma das principais características dos programas similares nos EUA é a obrigatoriedade da residência, que no caso do PROAHSA, além de formar administradores formou líderes na área da saúde, como se pode confirmar pelas posições que atualmente ocupam nossos ex-residentes. Anos mais tarde fui convidado para ingressar na OPAS/OMS, na divisão de Recursos Humanos e, novamente, com apoio da Fundação Kellogg, começamos a implementar “PROAHSAS” em vários países da América Latina como, Chile, Colômbia, Peru, México, Republica Dominicana, entre outros. Coisas que acontecem com sementes bem plantadas...

por Dr. Humberto de Moraes Novaes - Primeiro Diretor do PROAHSA

Assumi a direção do PROAHSA no HCFMUSP logo que acabou a prorrogação do grant da Fundação Kellogg. Foi aí que começou um grande exercício de otimismo e de gestão com poucos recursos, como é imprescindível na área da saúde.

Foi ainda uma época em que o PROAHSA era de fato um, quando se juntavam HC e GV. Essa separação se devia apenas ao fato de se ter duas sedes.

Hoje, no século XXI, olhando para trás, sinto orgulho de ter pertencido a um sonho que se tornou realidade e que participou (e ainda participa) das mudanças na gestão e nas políticas de saúde do país. Olhando para a frente vejo no PROAHSA (do qual faz parte atualmente a Faculdade de Medicina da USP),  junto ao GVsaúde do qual faz parte, uma das possibilidades de melhoria do nosso sistema e de servir melhor as necessidades da nossa população.” Com o passar do tempo, cada uma das organizações decidiu dar destinos diferentes ao nosso programa. Às vezes mais distantes, às vezes mais próximos, às vezes melhor conhecidos pelos dirigentes das suas organizações mães, às vezes pior, dirigir o PROAHSA também foi um exercício de negociações. Serviu ainda para ver duas versões de mundo, uma vez que passei a dirigir o PROAHSA na GV.

por Dra. Ana Maria Malik - Residente, 1978-1979 / Diretor, 1981 a 1983

A pergunta é – existe um administrador da saúde ou qualquer bom gestor pode ser administrador de uma instituição de saúde, um banco ou uma agropecuária?

Hoje, mais e mais eu vejo este campo com suas determinações especificas, ou seja, o gestor de saúde deve conhecer saúde para dar respostas adequadas no tempo necessário. Ele é um generalista que deve conhecer as complexidades do setor saúde. O componente conhecimento fica mais complexo se a gestão envolver o setor público que devido as suas peculiaridades é ainda mais complexo.

O que acho hoje é que vejo que devido as especificidades do setor saúde este é cada vez mais um campo de especialização e não do administrador generalista e cada vez menos um campo do graduado em gestão lato senso. Tem que ser especialista e conhecer os processos de atenção específicos do setor saúde.

É o desafio de enfrentar a especialização e a complexidade! No espaço da contemporaneidade que basicamente agrega a urgência!

Isto é o que acredito que o Proahsa vem conseguindo fazer nestes anos todos graças a parceria de uma grande escola de negócios e de um grande hospital!

por Dr. Gonzalo Vecina Neto - Residente, 1978-1979  / Diretor, 1986-1988

Praticamente tudo que fiz na minha vida profissional está ligado ao PROAHSA.  Durante os anos de formação, na residência; no curso de especialização na GV; no curso de especialização em Saúde Pública na USP; no mestrado em Londres. Em todos os meus vínculos empregatícios: com o HCFMUSP, com o Hospital do SEPACO, com a OPAS, com o Hospital Sírio Libanês, com a Fundação Getulio Vargas e agora com a Secretaria Estadual de Saúde, houve, direta ou indiretamente a participação do PROAHSA. Foi no PROAHSA que aprendi o que sei sobre administração hospitalar, por meio do contato formal ou informal com inúmeros mestres que compartilharam generosamente comigo as suas experiências e conhecimentos teóricos os quais procuro, na medida do possível, repassar às novas gerações de “Proahsianos.

por Dr. Haino Burmester - Residente, 1976-1977 / Diretor, 1996-1999

Capacitar-se em gestão da saúde no PROAHSA pode ser comparado a uma jornada longa e difícil, mas possível de ser concluída com grande crescimento pessoal e profissional. Esta foi a minha experiência, e a de tantos outros, como aprendizes ou instrutores neste programa tão rico quanto único.

Dedicação plena e esforço constante são necessários para entender o complexo campo sobre o qual vão atuar o residente ou aprimorando. O PROAHSA cria as condições para que todos adquiram as ferramentas necessárias aos gestores da saúde. Para quem trilha este caminho, lembro a frase de Leonardo da Vinci, que chegou a nós assim: “aqueles que se apaixonam pela arte sem antes terem dedicado tempo ao estudo dos seus aspectos científicos, podem ser comparados a marinheiros que saem ao mar sem leme ou bússola e, portanto, sem garantia para alcançar seu destino”.

por Dr. Dr. Carlos Roberto Del Nero - Residente, 1976-1977 /  Diretor, 2003-2006

Nós utilizamos cookies que nos ajudam a melhorar sua experiência de navegação e nos permitem medir como os visitantes se movimentam pelo site.

Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade e de Cookies.

Este site não dá suporte ao navegador Internet Explorer